O meu mais recente atormento está na base da nossa matriz cristã, a solene e bela prece do Pai-Nosso.
"Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido." Na repetição, a simplicidade, e mais não é preciso para transmitir a mensagem. Não posso deixar de concordar. O problema é o que se segue.
"Mas livrai-nos do mal."
"Mas"? Espera aí, isto é uma adversativa. Donde é que isto vem? Pois, não vem de lado nenhum. Pergunto-me: o que falhou na cristandade?
Não sei muito bem. Creio que o "mas" está para o Pai-Nosso como está a desencorpada mão com uma faca para a "Última Ceia" de Da Vinci. Mistérios insondáveis da fé.

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