Já dizia o grande "Vaz de" (Luís para os amigos e Camões para a posteridade):
- Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Qualquer "entendido" (infinitas aspas neles) com a sua manhosa habilidade descortina nestas palavras a absoluta certeza da sua invisualidade da vista direita e a sua mania de morder a parte de trás das penas com 24 cm com que escrevia em frios serões de Fevereiro.
Naturalmente, enganados estão. Primeiro, as penas que Camões mordia eram de pelo menos 28 centímetros, sendo que tinha preferência pelas de pavão. Segundo, não tinha qualquer globo cego. Dizendo algo que é provavelmente parco de originalidade, estou convicto de que o luisinho era só um daqueles traquinas que gostava de um dia ser pirata. Como não possuia o "engenho e a arte", dedicou-se a uma arte menor, a literatura. Mas porque se diz que todo o homem tem dentro de si um puto, manteve o seu pequeno fétiche - a pala.
Quanto às noites de Fevereiro... Fénix, faz frio!
Mas não é só nisto que se enganam esses indivíduos.
Camões era um visionário. (bem... semi-visionário, derivado à pala). Já em Mil Quinhentos e Troca o Passo, e isto deslindei eu, com esta cabeça (que, como manda o cliché, a terra há de comer): já o senhor sabia que 5 séculos depois duas vezes por ano se mudaria a hora.
Ora vejamos: ocorre uma repetição dos 'muda-se', o que resume, para qualquer tacanho, uma dualidade. Quem diz tempo diz hora, e vice-versa, está-se mesmo a ver. E de resto é, como diz Luís e bem, "à(s) vontade(s)", que de tanto repetir resultou em "as vontades".
Ouço um roçagar de pó de osso vindo lá dos lados dos Jerónimos. Deve ser Camões às voltas no caixão, de entusiasmo. É isso ou está como eu: a noite avizinha-se comprida e não consegue adormecer.
- Muda-se a hora, muda-se a hora.
domingo, 28 de outubro de 2007
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1 comentário:
ainda dizes que não são parecidos? :O
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