Deparo-me por vezes com incomensuráveis brechas na língua portuguesa, de que a custo me refaço, numa revoltada (e por isso paradoxal) resignação. A mais recente prende-se com o fato de, em minha opinião, haver falta de uma palavra que satisfatoriamente descreva o 'ato de fazer', sem recorrer a quaisquer 'realização', 'procedimento' ou 'ação', restringindo-se a dita ao ror de vocabulos dotados do étimo 'faz-'.
Diz o dicionário de que sou possuidor que existe o termo 'fazedura'. Recuso-me a analisar esta débil aprendiz de palavra, com sons de receita gastronómica, sal e pimenta q.b. - algo no meu pelo se revolta.
Afirmam-se então como incontornáveis estes:
'Fazimento', 'fazi/o' para os amigos.
'Fazeção', que é um heroico esforço. Resulta, porém, num demasiado arraçado som para o poder justamente considerar.
O meu favorito, o ótimo 'fazedoria'.
Irei prontamente propôr a sua inclusão no nosso esburacado léxico - Houaiss, Academia de Ciências de Lisboa, e todos aqueles que ousem sonhar com um melhor Português.
Que me deem o seu aval.
E já agora, porquê esse desditoso acordo? Que se mantenha o nosso facto e a conseqüência deles.
(ação (c), pelo (ê), heroico (ó), fato (c), ato (c), deem (ê), ótimo (p))
domingo, 30 de dezembro de 2007
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