terça-feira, 4 de setembro de 2007

Principio/Princípio

Ignoro como iniciar algo cujo início é (foi?) pretérito. O infinito que dista o momento zero - um impulso nervoso entre axónios excitados que, em colectivo esforço, produzem a Ideia - daquele em que da sombra surge um difuso Verbo, e aquele que afasta o Verbo da primeira Palavra, e esta do primeiro Sintagma, tornam esta minha investida ridícula, por procurar definir um início que é afinal esse e todos os outros (qual, então? - Cada momento é uma partida).

Ignoro, pois, quando começo. Mas - (creio) - faço-o.

E, bastante a medo, concluo, para não incorrer em devaneios histéricos de quem teme a imprecisão e procura refugiar-se na tranquila não-existência. O nada, só o fim (cobardemente, é certo) o garante.

Termino no princípio desse fim. Peço que, no momento da morte, me não submerja a escuridão.

1 comentário:

Artur Corvelo disse...

Dá-lhe de força que ele anda a precisar.
Acho que deviamos usar os axónios e comentarmo-nos mutuamente até à exaustão. Pra isso cá estão so amigos.