Um dia hei-de escrever um livro, pela simples razão de ter crescido com a crença (algo sensata) de que, para se ser homem, além de plantar uma árvore e ter um filho, é necessário produzir uma Obra escrita.
Pois bem, anuncio já ao mundo que tenho concluído o meu prefácio: lede o primeiro capítulo de "Se Numa Noite de Inverno um Viajante", de Italo Calvino.
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2 comentários:
Caro Afonso,
Analise a sua crença à luz dos seguintes pontos:
.Existem aqueles que, de tão acéfalos, o mundo agradece quando voltam para a Terra sem terem escrito mais do que o seu próprio nome (e que por vezes é já castigo mais do que suficiente).
.Existem ainda aqueles que, pela aptência inexistente (confesso, é o meu caso), é preferível que deixem a plantação de árvores para outrém (não tenho problemas nenhuns em delegar em si essa tarefa).
.Existem por fim aqueles que foram alvo de uma combinação genética tão aberrante que o mundo agradece se os espermatoazóides não passarem da barreira semi-transparente e húmida do preservativo.
No meu caso, acredito piamente que darei por finda a minha actividade terrena com a escrita de um livro (ou vários - espero), até porque as outras duas não se coadunam com o meu ser.
Fico à espera desse livro,
Vasco França
também eu aguardo, caro afonso.
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