segunda-feira, 31 de março de 2008

Do Auto-elogio (2)

Porque as generalizações são duras e redutoras, tenho que admitir que não só o ufano acéfalo precisa da auto-elevação. Acontece é que, na sua condição de alienado, uma tão ímpar desadequação entre o que é e o que de si diz causa-me náuseas várias.

O auto-elogio é, num estado ideal, não para quem precisa, mas para quem pode. O que é, de resto, óbvio e, ao mesmo tempo, nulo de significado - não vivemos num estado ideal.



(Eis como, após leitura do prefácio dos Bichos, do pseudónimo do rude Adolfo Rocha, aqui se introduz a palavra "ufano" à maluca)

3 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro,
Tenho que admitir que 'ufano' era uma palavra que de todo desconhecia mas que se torna deveras interessante quando usada como ofensa (até porque, sejamos francos, é escasso o grupo de pessoas que sabe o seu significado e todos temos a noção de que uma ofensa é tanto mais divertida quanto mais ignorante o pretenso ofendido é).
Quanto às náuseas do meu caro, recomendo fortemente um efeverescente para o estômago (Alka Seltzer resulta plenamente com a minha pessoa) já que, tal como o próprio Afonso referiu, estamos longe da Utopia.
O leitor atento,
Vasco França

(já que gosta de se fazer acompanhar nas suas reflexões por sugestões de obras literárias, recomendo Utopia - T.More -, ainda que, na minha modesta opinião, a primeira parte seja incomparávelmente mais interessante do que a segunda)

Anónimo disse...

Permita-me reduzir-me à minha insignificância e corrigir a primeira pela segunda parte e vice-versa.

Anónimo disse...

Este gajo vai ao priberam, saca sinónimos e o caralho, e nas ruas da net passa a ser visto como um heroi.

Tsh tsh.

Rui Costa.