domingo, 20 de abril de 2008

Clubes de Futebol

Já ouvi falar de um certo paralelismo entre clubes de futebol e partidos. Aceitável, sem dúvida, para o normal português, que de política sabe o que na tasca se diz e, também nesse local, se presta à discussão esclarecida (e efusiva) do tema "futebol", em pose de treinador de bancada.

Quero acreditar que, com a política, a decisão da simpatia por um ou outro partido político (se não a militância) em detrimento de outros não se prende por motivos tão independentes da razão como a decisão de simpatia (se não militância) para com um clube de futebol em detrimento de outros. Pode, pelo menos, argumentar-se que, na política, há ideais diferenciadores entres as diferentes escolhas - por muito que a diferença tenda para o sffumato quando é preciso ganhar eleições. Se de pai comunista sai, regra geral, filho comunista - abstenho-me de fazer comentários sobre quão ajuizada é a escolha, excepto "pff!!" - acredito que se deve tal à equivalente transmissão de valores e ideais "hereditários", esses tais que distinguem uns dos outros.


Infelizmente, não posso dizê-lo para o futebol. Não há ideais que distingam o FCP do SCP, ou o SCP do SLB, tirando o arruaceirismo do primeiro, o elitismo do segundo, ou o provincianismo do último.
Nem sequer estas generalizações me são permitidas.


É por isso que não compreendo. Quando ouço um amigo meu dizer "fui mal ensinado" e "já estou velho demais para mudar de clube" (orgulhoso dos seus 18 verões), não posso deixar de reflectir (numa ida à casa de banho a meio de um jogo de futebol) em como as escolhas de clubes são independentes da personalidade de cada um (excepção feita aos oportunistas que "mudam de clube" a cada campeonato), e baseadas quase somente na influência do pai, do avô, do padrinho, do Tio (a maiúscula para o Tio, como a apresentaria certamente Jacques Tati). São etiquetas plenas de vazio - e não é por isso que deixamos de gostar quando descobrimos de alguém novo que conhecemos que simpatiza com os mesmos matraquilhos que nós.










PORQUÊ, Benfica!?

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