terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O toque

Não é o défice de pragmatismo e terra-a-terra(ismo) uma característica minha. Não obstante, tenho vindo a insistir nestes demasiado voadores temas, ao mesmo tempo de questionação divagadora da importância da existência e um pouco demasiado científica, porventura, para o vulgo leitor.

Mas não é para o vulgo que escrevo o que quer que escreva.



O toque é algo de comum na nossa sociedade, e dele se fala tavez a menos e dele se abusa talvez a mais. Não me debruçarei sobre isso.
Quero apenas aqui partilhar o que tenho vindo a descobrir nas minhas incursões no mundo da Física. Peço encarecidamente ao leitor que pouse o indicador onde quer que se lhe afigure sensato colocá-lo. Agora aperceba-se da textura, da substância em que se encontra a tocar. Muito bem.

Eu disse pousar, tocar? Hm. Erro meu, peço perdão.

(Aqui vamos nós...) Os elementos dos átomos mais próximos do exterior quais são? Os electrões, que têm carga negativa. O que acontece quando se aproxima um pólo negativo de um magnete a um outro, também negativo, de um outro íman? Pois, repelem-se. Ora o facto é este. Nunca eu, nem o caro leitor, tocou em nada, em nenhum dos dias da sua vida. O último átomo da ponta do dedo limita-se a repelir o último átomo da superfície em que ele "toca", sem nunca de facto fazer contacto, ou fusões atómicas ocorreriam e não seríamos mais do que centrais nucleares do futuro.

Estranho?

Declaro apenas que está para nascer o homem que algum dia tocou numa mulher. E isso assusta-me.

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